Sigmund Freud lançou o estudo do Complexo de
Édipo no fim do século XIX, teorizou as relações psíquicas que se estabelecem
no núcleo familiar entre pais e filhos, para ele o Complexo de Édipo é a
definição do comportamento sexual da criança em relação aos pais. O livro de
Juan David Nasion já define que nenhuma criança está isenta (Édipo – O Complexo
do qual nenhuma criança escapa). Para melhor compreensão também define por
Édipo:
1. É uma chama de sexualidade vivida
por uma criança
de quatro anos no cerne da relação com seus pais.
2. É uma fantasia sexual forjada
inocentemente pelo menino
ou pela menina para aplacar o ardor de seu desejo.
3. É também a matriz de nossa identidade
sexual de homem
e de mulher, pois é durante a crise edipiana que a
criança sente pela primeira vez um desejo masculino ou
feminino em relação ao genitor do sexo oposto.
4. É ainda uma neurose infantil,
modelo de todas as nossas
neuroses adultas.
5. É uma fábula simbólica que
põe em cena uma criança
encarnando a força do desejo, e seus pais encarnando tanto
o objeto desse desejo quanto o interdito que o refreia.
6. É a chave-mestra da psicanálise. É o conceito soberano
que gera e organiza todos os outros conceitos psicanalíticos
e justifica a prática da psicanálise.
7. É, enfim, o drama infantil e o inconsciente que todo analisando
representa na cena do tratamento ao
tomar
seu psicanalista como
parceiro. (NAZION, 2007, p 16,17)
Segundo Freud “a dissolução do Complexo de Édipo se dá por sua falta de
sucesso, pelos efeitos de sua impossibilidade interna, a ausência da satisfação
esperada, a negação continua do bebê desejado, devem, ao final, levar o pequeno
amante a voltar as costas ao seu anseio sem esperanças”. Outro fator decisivo
no menino por exemplo é o receio da castração, no desenvolvimento de sua infância
o menino descobre o órgão genital sendo um estímulo de prazer, a inibição por
parte dos pais do comportamento de manusear o órgão, provoca o receio de que
está parte desaprovada lhe seja retirada.
O Complexo de Édipo pode ser definido como normal até certa idade, se a
sua dissolução não ocorrer durante o desenvolvimento da criança até a vida
adulta, a atração sexual pela figura da mãe transgredi a fase psicótica
desencadeando o transtorno esquizoafetivo antigamente conhecido como psicose maníaco-depressiva.
O transtorno esquizoafetivo possui como característica o
afastamento da realidade, é acompanhado por outros sintomas como a
esquizofrenia e o distúrbio bipolar.
Referências Bibliográficas deste Blog :
SIGMUND, Freud. O ego e o id e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
NASION, Juan David. Édipo: O Complexo do qual nenhuma criança
escapa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
CALLIGARIS, Contardo. Introdução a uma clínica diferencial das
psicoses. Porto Alegre: Artes Médias: 1989.
SILVA, Gastão Pereira da. Para compreender Freud e outros aspectos da psicanálise.
São Paulo, 1964.
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