quinta-feira, 14 de junho de 2012


Do Complexo de Édipo para a Psicose



   
  Sigmund Freud lançou o estudo do Complexo de Édipo no fim do século XIX, teorizou as relações psíquicas que se estabelecem no núcleo familiar entre pais e filhos, para ele o Complexo de Édipo é a definição do comportamento sexual da criança em relação aos pais. O livro de Juan David Nasion já define que nenhuma criança está isenta (Édipo – O Complexo do qual nenhuma criança escapa). Para melhor compreensão também define por Édipo:

1. É uma chama de sexualidade vivida por uma criança
de quatro anos no cerne da relação com seus pais.
2. É uma fantasia sexual forjada inocentemente pelo menino
ou pela menina para aplacar o ardor de seu desejo.
3. É também a matriz de nossa identidade sexual de homem
e de mulher, pois é durante a crise edipiana que a
criança sente pela primeira vez um desejo masculino ou
feminino em relação ao genitor do sexo oposto.
4. É ainda uma neurose infantil, modelo de todas as nossas
neuroses adultas.
5. É uma fábula simbólica que põe em cena uma criança
encarnando a força do desejo, e seus pais encarnando tanto
o objeto desse desejo quanto o interdito que o refreia.
6. É a chave-mestra da psicanálise. É o conceito soberano
que gera e organiza todos os outros conceitos psicanalíticos
e justifica a prática da psicanálise.
7. É, enfim, o drama infantil e o inconsciente que todo analisando
representa na cena do tratamento ao tomar
seu psicanalista como parceiro.                                                                           (NAZION, 2007, p 16,17)

   Segundo Freud “a dissolução do Complexo de Édipo se dá por sua falta de sucesso, pelos efeitos de sua impossibilidade interna, a ausência da satisfação esperada, a negação continua do bebê desejado, devem, ao final, levar o pequeno amante a voltar as costas ao seu anseio sem esperanças”. Outro fator decisivo no menino por exemplo é o receio da castração, no desenvolvimento de sua infância o menino descobre o órgão genital sendo um estímulo de prazer, a inibição por parte dos pais do comportamento de manusear o órgão, provoca o receio de que está parte desaprovada lhe seja retirada.
   O Complexo de Édipo pode ser definido como normal até certa idade, se a sua dissolução não ocorrer durante o desenvolvimento da criança até a vida adulta, a atração sexual pela figura da mãe transgredi a fase psicótica desencadeando o transtorno esquizoafetivo antigamente conhecido como psicose maníaco-depressiva.
   O transtorno esquizoafetivo possui como característica o afastamento da realidade, é acompanhado por outros sintomas como a esquizofrenia e o distúrbio bipolar.

Referências Bibliográficas deste Blog :

SIGMUND, Freud. O ego e o id e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 1976.
NASION, Juan David. Édipo: O Complexo do qual nenhuma criança escapa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.
CALLIGARIS, Contardo. Introdução a uma clínica diferencial das psicoses. Porto Alegre: Artes Médias: 1989.
SILVA, Gastão Pereira da. Para compreender Freud e outros aspectos da psicanálise. São Paulo, 1964.



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